sábado, 28 de agosto de 2010

Deito minha cabeça sobre seu colo.
Suas mãos passeiam carinhosamente pelo meu cabelo ainda molhado.
Ela olha para fora, para longe.
Sua respiração oscila, ela parece não estar ali.
Olho para ela, peço para que devolva o olhar.
Ela vira a cabeça devagar.
Encontro seus olhos querendo ajudar seu coração.
Uma lágrima tímida surge no canto do olho esquerdo.
Naquela lágrima, seu olho tentou expulsar a dor.
Em vão.
Eu sorri, talvez o sorriso mais forçado da minha vida.
Ela com tamanha obrigação me devolveu o sorriso também.
Eu o peguei e senti que também fora forçado.
Não a culpo, não me culpo.
Sorrisos podem ser belas saídas, mas tem horas que eles não se encaixam na situação.
Prevaleceu o silêncio.
Eu gosto disso, não entendo porque as pessoas tem tanta sede de palavras.
O silêncio às vezes diz muito mais, de uma forma muito mais clara.
Um olhar, foi o que dela levei de melhor.
Ela moveu sua mão até meu rosto, delineava as curvas do mesmo.
Eu fechei meus olhos, no meu peito agora batia um coração que parecia não ser meu.
Quando os abri, vi os dela fechados.
Por suas bochechas escorriam lágrimas brilhantes, lágrimas que pareciam de aço.
Eu não tinha visto-a chorar até então.
Pulei de seu colo.
Ela me olhou como criança em colo estranho.
Eu não vi minha cara, mas tenho certeza que dali só se via preocupação.
Abracei-a. Forte.
Ela demorou a envolver seus braços ao meu corpo.
Aconcheguei-a em meu peito.
Eu te amo.
Foi a coisa mais linda que eu já ouvi.

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