Estava frio aquele dia, ela sentia o vento bater em sua cara, cortante, mas aquilo não a afetava naquele momento.
Ela erguera a cabeça, liberando um longo suspiro, tentando aliviar a angústia. Tentativa vã.
Ao atravessar a rua, vira algo inusitado. Mais uma vez a borboleta branca estava pousada, batendo levemente suas asas sobre uma flor que ela não saberia dizer qual é, mas que eu tenho quase certeza de que era um lírio.
Continuou andando, dessa vez em direção da borboleta. A mesma, ainda imóvel.
Chegou perto, parou. Sua mente se livrou por um instante de todos aqueles pensamentos que a assombraram pela manhã inteira.
Ela tentou encostar na borboleta, que logo voou alto, impossibilitando que fosse tocada.
Ela ficou observando, até que não sentiu mais nenhum pingo de chuva. Olhou para o chão e logo para o céu, as nuvens deram espaço para que o sol aparecesse. Brilhante.
Atordoada, tentou achar a borboleta, mas ela tinha sumido.
Com o sol ainda brilhante, seu celular tocou.
Era a única pessoa com a qual ela desejava infinitamente falar.
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